segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Doutrina da salvação
Pr.Erasmo Carlos Cardoso de Araújo
1.INTRODUÇÃO

Soteriologia é um termo que tem sua origem em dois vocábulos gregos: soteria “salvação, e logia, “estudo”“. Resumindo, pois, é o ramo da Teologia que estuda a respeito da salvação. Este é um assunto bastante vasto, e abrange muitas coisas.
Para um melhor entendimento do assunto, consideraremos algumas situações importantes.

A SALVAÇÃO É UMA INICIATIVA DIVINA

É Deus quem toma a iniciativa da salvação no ser humano. Assim, na criação como na redenção, precisamos empregar as palavras do livro de Gênesis: “No principio criou Deus”. O motivo, o método e o fim da salvação do homem se explicam na natureza de Deus. A iniciativa está com Deus e não com homem. Se Deus não tomasse a iniciativa na salvação da criatura, ninguém seria salvo.
Essa iniciativa divina para a salvação do ser humano procede tanto do seu coração quanto da sua vontade. Assim sendo, Deus não predestina um para a salvação e outro para a condenação. A sua vontade é que todos se salvem. A iniciativa de Deus na salvação não priva ninguém de salvar-se (João 3:16). Deus predestina que aquele que crê será salvo, assim como o que não crê será condenado. Também predestinou o único meio para a salvação, com exclusão de qualquer um outro.

PROPÓSITO DE DEUS EM SUA RELAÇÃO COMO HOMEM

Vimos que Deus deseja a salvação de todos e tomou a iniciativa com este fim em vista. Veremos agora que estas ideias apoiam-se no eterno propósito de Deus, e para isto estabeleçamos as seguintes considerações:
PRIMEIRO, Desde o princípio do mundo o propósito de Deus há sido sempre o de salvar a raça e de fazê-la á sua imagem. Ele sempre teve em vista abençoar não somente uma família ou nação, mas também a raça inteira. É verdade que escolheu indivíduos, famílias e uma nação. Porém, isso foi com o objectivo de estender as suas bênçãos até os confins da terra. Quando Deus escolheu a Abraão, ele o fez com o propósito de, através dele abençoar o mundo inteiro (Gn. 12:2,3)
SEGUNDO, Ele escolheu a Israel com o fim de estender as suas bênçãos a toda a humanidade. Não obstante o fracasso do povo eleito, que não entendeu esse propósito nem se transformaram os planos divinos, porque hoje todas as nações estão usufruindo o precioso tesouro uma vez entregue a Israel.
TERCEIRO, A obra propiciatório de Jesus é a maior revelação do grande propósito de Deus em salvar a humanidade. A encarnação e a morte de Jesus constituem a maior prova da boa vontade de Deus em oferecer, com toda a sinceridade, a salvação a todos. Pela encarnação, Jesus tornou-se filho da raça, para que o seu trabalho propiciatório pudesse lançar as bases de uma salvação universal (Mt 28:19; Mc 14:15,16).
QUARTO, O mesmo propósito que encontramos na história dos israelitas, é o que se nos apresenta no Novo Testamento. A salvação oferecida por Deus é para todo aquele que deseja salvar-se (Ef. 3:4,13)
Concluímos, pois, que o firme propósito de Deus é oferecer a salvação á humanidade toda, sem, contudo, colher a liberdade do homem no tocante a aceitá-la ou rejeitá-la.

A LIBERDADE DO HOMEM

Quando criou o homem, deu-lhe Deus o livre arbítrio, e esse legado continuam a fazer parte da natureza humana. Até depois da queda, continuou o homem a ser criatura de vontade livre, se bem que servo do pecado. O próprio pecado que o homem pratica é prova evidente desta afirmação, porque ele o faz voluntariamente. O homem, pois, é por natureza um ser livre, e essa liberdade é o poder pelo qual ele próprio decide as suas questões, seus atos, e dirige o próprio destino. Deus nos trata como seres responsáveis. Isso vemos em (Gn.3:1-24), na narrativa da queda.O ser humano tinha liberdade de escolher entre o bem e o mal,porem,seria responsabilizado pela escolha que viria a fazer. O castigo que lhe foi imposto em função da sua má escolha, mostra que Deus o achou responsável pelos atos. Portanto, a responsabilidade que o homem tem perante Deus, prova a sua liberdade.
Todos os apelos feitos pela a bíblia, são apelos feitos por Deus soberano a um homem livre e soberano (Is.55;1-3;Mt.11:28;Luc.9;23;Ap.22;17).
Também Deus coloca o ser humano diante de escolhas(Dt. 11:26-28;Js.26:15;Jô.6:66,67).
Destas citações se depreende claramente que Deus nunca forçou a vontade do homem. Ele sempre o tratou como um ser livre e responsável.
Outra questão importante é que o pecado entrou no mundo pela livre escolha do homem; e, naturalmente, é pela mesma porta que terá de sair. O homem voluntariamente permitiu que o pecado entrasse, e agora coma mesmo liberdade que lhe é peculiar, há de expulsá-lo de sua vida.
A Bíblia ensina, portanto, a liberdade do homem, reconhecendo a soberania de Deua ao mesmo tempo. Tanto uma, como outra ideia são uma realidade e intimamente se relacionam de modo importantíssimo no tocante a salvação do homem. Deus oferece livremente a salvação, e o homem livremente à aceita ou rejeita.

A CONDIÇÃO DO HOMEM PERANTE DEUS

A melhor palavra que encontramos para exprimir a condição do homem natural é a palavra MORTA. Mas isso não quer dizer que o homem deixa de existir por estar espiritualmente morto. Mas isso não quer dizer que o homem deixa de existir por estar espiritualmente morto. O homem morto espiritualmente age, mas age no erro. O morto vive no erro.
A morte física é a separação entre o corpo e o espírito. Quando o espírito abandona o corpo, o corpo morre, porque ele só pode viver enquanto o espírito nele habita.
Analogamente, o nosso espírito se move e existe em Deus (At. 17:28). Por isso, quando há separação entre o espírito e Deus, o espírito morre; porque, da mesma maneira que o corpo sem espírito está morto, o espírito sem Deus também está morto. É justamente o que o pecado faz: separou o homem de Deus, separou-o da vida.

TRABALHO RECONCILIATÓRIO DE JESUS

O pecado praticado pelo ser humano, trouxe consigo a morte. Para que essa morte não se tornasse eterna, Deus, na Pessoa de seu Unigênito Filho, veio a este mundo, tomou o lugar do homem e sofreu as consequências do pecado; morreu e foi ressuscitado, estabelecendo, assim, as bases de uma salvação universal. Há muitas passagens na Bíblia que falam sobre o trabalho propiciatório de Jesus Cristo (Is. 53:4-12; Fp.2:6-8; Rm. 5:6-11;At. 4:10-12).

ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO AO INDIVÍDUO

No Evangelho de João, capítulo 16:8-11 encontramos a explicação clara da obra do Espírito Santo na vida do incrédulo. Ele traz a convicção do pecado. Nesta iniciativa do Espírito Santo na vida do incrédulo. Ele traz a convicção do pecado. Nesta iniciativa do Espírito Santo, a liberdade do indivíduo é sempre respeitada. No ato de receber a graça do Espírito e aceitar a Cristo como salvador, o homem é mais soberano e mais livre que em qualquer outro ato de sua vida. O Espírito Santo persuade, constrange, conduz o homem, mas nunca lhe desrespeita a liberdade.
Em operar na alma humana, o Espírito Santo usa como instrumento a verdade evangélica. É o evangelho o meio pelo qual o Espírito Santo regenera a alma. Esta verdade precisa ser plantada no coração do indivíduo. O Espírito Santo não trabalha num vácuo. O coração precisa ter recebido a Palavra da Verdade para que o Espírito opere.

A VERDADEIRA IDEIA DE SALVAÇÃO

Qual era a ideia de Jesus a respeito da salvação. Nós a vemos expressa em Lucas 9:24. Suponhamos que temos um grão de arroz na mão. É o único que existe no mundo, e queremos, por isso mesmo, salvá-lo. Como conseguiremos? Por um grande ato de fé, vamos perdê-lo primeiro, para salvá-lo depois. A sua salvação é uma questão do futuro e toda a sua glória está no futuro. Salvá-lo, perdendo-o, é exactamente o que nos queria ensinar Cristo com a declaração registrada por Lucas.
Quando vale um grão de arroz? Ninguém pode dizê-lo. Planta-se um grão colhe-se milhares sobre milhares; planta milhares, e já ninguém rata conta da colheita. Quando se trata de salvar um grão, colhem-se centenas deles; plantam-se quinhentos, colhem-se milhares sobre milhares; plantam-se milhares, e já ninguém fará conta da colheita. Quando se trata de salvar um grão de arroz, no transcurso dos anos. Quando se salvo um, se salva o resto. Esta ideia de salvação considera não o que se passou. Mas o que há de vir, o que há de vir, o que há de ser. A verdadeira ideia de salvação é, portanto, aquela que contempla mais o futuro do que o passado.
A salvação ensinada por Jesus acentua mais o céu com toda a sua glória do que o inferno com todo o seu horror. Não somos salvos apenas por escapar á morte, mas para gozar a vida. Somos salvos para sermos semelhantes a Deus, e não apenas para ideia da salvação, que se combina perfeitamente com a definição dada por Jesus em Lucas 09:24. O maior gozo do salvo consiste em ser transformado e tornar-se mais e mais semelhante a Jesus Cristo. A maior glória desta salvação consiste no que haveremos de ser, e não somente em termos escapados á morte.

2. DUAS COISAS DETERMINAM O PREPARO DO INDIVÍDUO PARA ACEITAR A SALVAÇÃO

Estas duas coisas são: a chamada divina para o arrependimento e a convicção do pecado. Façamos algumas considerações a respeito das mesmas na ordem mencionada.

A CHAMADA DIVINA

Entende-se aqui não a chamada feita aos crentes para pregar o evangelho, mas a chamada feita ao pecador para aceitar o evangelho. Podemos citar alguns textos que mostram essa realidade: Ez.33:11;Is.55:7; Mt.11:28; Mc. 16:15;Rm.8:30;Ap.22:17. Outros poderiam ser citados. Vê-se, distintamente nestas passagens que a chamada ao arrependimento é universal e sem distinções de classes sou raças. A pregação do evangelho é o meio pelo qual Deus chama todos ao arrependimento.
(A pregação do evangelho consta pelo menos de duas coisas: a) Pregação: Pregar proclamar a verdade evangélica, é explicar ao homem o que ensina a Bíblia acerca das coisas essenciais á salvação. Pregar é proclamar, é ensinar, é fazer conhecida a verdade que há em Cristo Jesus. Porém é ainda mais do que isto. (B) Apelo. O segundo elemento da pregação é o apelo que se faz ao homem, tendo por fim induzi-lo a aceitar o evangelho e a viver de acordo com os seus salutares ensinamentos.

A CONVICÇÃO DO PECADO

Esta convicção é uma obra do Espírito Santo no coração humano (João 16:8-11).
Três coisas podem considerar no tocante ao trabalho do Espírito Santo em convencer o mundo.

PRIMEIRO, convencer não é uma palavra que se refere apenas ao intelecto, porque a obra do Espírito Santo não é apenas intelectual. Ela abrange toda a pessoa. O Espírito Santo convence o homem, isto é, o homem fica inteiramente convicto da sua condenação.

SEGUNDO, esta convicção, operada pelo Espírito Santo, relaciona-se intimamente com Jesus em três sentidos: a) A falta de fé em Jesus é o pecado do qual o Espírito Santo convence o homem (Jô. 03:18); b) Da injustiça convence também o Espírito Santo o mundo.
Isto se relaciona muito intimamente com Jesus, porque é da justiça dele que o mundo é convencido. Sabemos que o mundo crucificou a Jesus Cristo, reputando-o como um malfeitor, mas o Espírito Santo há de mudar este juízo erróneo e criminoso concernente a Jesus. Ele há de convencer o mundo de que Cristo era, verdadeiramente, o Messias prometido, o mais justo de todos os homens, de cuja justiça carece todos. O Espírito santo converse o homem que sua justiça não serve e de que a justiça de Deus pode salva-lo da condenação. (C) o espírito santo produz no amem de que aquele que despreza a justiça será não somente jogada, se não também condenado (João. 3 17 17,18). O Espírito santo convence o amem do juízo que haverá entre o pecado e a justiça.A Justiça será exaltada,ao passo que ao passo que o pecado condenado.
TERCEIRO. Convicção da esperança. A convicção de pecado trazido pelo Espírito Santo é uma convicção de esperança. Porque ela se relaciona com Cristo. Não fora este fato, ficaria o pecador triste, porque ela se relaciona com Cristo nada mais seria que a triste realidade do pecado, de justiça e do juízo surgiu, porém uma firme esperança de salvação, porque o fim esta convicção não é lança as pessoas no desespero, se não levá-los aos pés de Jesus Cristo. O fim da convicção não e condenação, mas sim salvação.

3. Como se da à salvação
Arrependimento
Diversas são as maneiras de exprimir da Bíblia concernente ao começo da vida cristã. Consiste em volver-se dos ídolos para servir ao Deus verdadeiro (I Ts. 1:9). Em Romanos 6:11, o começo da vida cristã consiste em morrer para o pecado. Segundo Efésio 5:14, consiste em deixar o homem velho. Conforme o Evangelho de João3:3, o começo da vida cristã consiste em um novo nascimento. A palavra, porém que substitui todas estas expressões é arrependimento.
Que é, então, arrependimento? O verdadeiro arrependimento envolve a pessoa toda, todo o seu ser, toda a sua personalidade. Arrependimento não é apenas mudança de pensamento.

PRIMEIRO Intelectualmente falando, o arrependimento é uma mudança na maneira de pensarmos em Deus, em nosso pecado e em nossas relações com o nosso pecado e em nossas relações com o nosso próximo. O homem arrependido encara tudo sob um novo ponto de vista. O arrependido condena hoje o que aprovava ontem. Não se enche de razão própria, porque reconhece que toda razão está em Deus, contra quem até então tem pecado.

SEGUNDO, O arrependimento também envolve os sentimentos da personalidade. O homem arrependido dos seus pecados deixa de amar ou apreciar o que antes amava ou apreciava. O prazer deixa de fixar-se nas coisas terrenas deste mundo para descansar nas celestiais. O arrependimento verdadeiro sempre traz esta mudança no poder de sentir, sendo, ás vezes acompanhado de profunda tristeza. É quando ele chega a provar que Deus é bom, e a reconhecer-se ao mesmo tempo tão rui, tão ingrato, tão infiel.
O arrependimento verdadeiro fixa os olhos do arrependido mais em Deus do que no pecado cometido (Salmo 51)

TERCEIRO, A mudança na vontade é o terceiro elemento no arrependimento. Antes de arrepender-se, o homem quer fazer a própria vontade, quer dirigir-se a si mesmo, quer andar no seu próprio caminho. No arrependimento, porém, quer ele fazer a vontade de Deus, quer ser dirigido por ele, porque está convencido de que a vontade e a direcção de Deus lhe são melhores. O arrependimento decide abandonar o pecado e seguir a Jesus.

QUARTO, O arrependimento atinge também a consciência do indivíduo, tornando-o consciente do seu pecado diante de Deus.
QUINTO Deve notar ainda que o arrependimento seja o resultado da graça divina na alma do pecador. A bondade de Deus leva o homem ao arrependimento (Rm. 2:4; na alma do pecador. A bondade de Deus leva o homem ao arrependimento (Rm. 2:4; A t. 5:31).
(Ainda duas coisas mais são preciosas considerar a respeito do arrependimento: a) A primeira é que a atitude assumida pelo homem no arrependimento tornar-se permanente. Essa atitude é algo fixo e permanente na vida arrependido. O arrependimento sempre segue o ato de pecar na vida do crente verdadeiro. B) A segunda consideração é que o arrependido identifica-se com Deus na sua atitude para com o pecado. Por isso o arrependido renuncia, odeia o pecado e almeja livrar-se dele, exclamando como Paulo: “Quem me livrará do corpo desta morte?”
A FÉ

A fé ocupa posição central na religião da Bíblia. Diz a Bíblia que somos salvos pela fé. Como é isto? Como pode a fé salvar o homem? A obra da fé na salvação é estabelecer o contacto entre a necessidade e a satisfação. Por exemplo: se você tem sede, você bebe água, e tem a sua fé em Jesus Cristo. Pela fé reconhece o homem à necessidade de salvação, e pala mesmo fé é ele levado a crer em Cristo Jesus. Quando o homem crê, entrega-se pelo mesmo ato a Jesus, dizendo: ”Mestre, entra no meu coração, fazê em mim a tua vontade, todo o meu ser está á tua disposição”. E, devido á sua natureza e seus poderes e por já lhe haver sido entregue a alma, Jesus opera a salvação e torna-se realmente o Salvador. A fé coloca a verdade na mente e Jesus no coração. A fé liga a necessidade á salvação, o pecador ao Salvador.
A fé é que produz a maior certeza, que derrama maior luz e que dá maior orientação na vida. Quem anda pela fé não erra, antes acerta com o caminho.
O conhecimento trazido pela fé é um conhecimento trazido pela fé é um conhecimento experimentado e provado pela personalidade inteira. Salvo pela fé em Jesus, o crente sabe disso desde as plantas dos pés até o alto da cabeça, porque o ato de crer em Jesus envolve toda a personalidade. O ato supremo que a pessoas pode pratica é ter fé em Jesus, e esta fé lhe traz uma certeza inabalável.

CONVERSÃO

Conversão é o ato de o pecado abandonar o pecado para seguir a Jesus, aceitando-o como Senhor e Salvador. O convertido é o indivíduo no qual a graça de Deus há está operando. O convertido já está sendo transformado na semelhança de Cristo. A conversão é o resultado da graça de Deus criando o homem em Jesus Cristo (At. 03:26).
A conversão é também o resultado da liberdade do homem. É um ato praticado pelo próprio homem. Na convecção ele escolhe uma vida nova em resposta aos apelos que lhe são feitos pelo Evangelho (Pv. 1:23; Is.31:6; Mc.1:15).
A conversão pode e devem repetir-se todas as vezes que o homem pecar e afastar-se de Deus, porque ela consiste no ato de abandonar o pecado e aproximar-se de Deus (Lc. 22:31,32;Jô;3:10;Jr.15:18,19).

Regeneração

Significa “ser gerado novamente”. A regeneração é uma mudança radical, operada pelo Espírito Santo na alma humana por meio do evangelho, e na qual a disposição moral do homem se torna semelhante á de Deus, tornando-se o homem unido com Jesus Cristo. Há algumas coisas importantes a ser consideradas sobre este assunto:
PRIMEIRO, O homem natural está vivo para o pecado, para a carne e para o mundo, mas morto para Deus. Assim sendo, certamente ele não pode salvar-se a si próprio. Só o Espírito de Deus pode regenerá-lo.
SEGUNDO, A verdade é o instrumento com o qual o Espírito Santo opera a mudança na alma do homem (ICo. 1:21).
TERCEIRO, Regeneração é uma mudança radical na decepção e na natureza moral do homem. Na regeneração transformam-se os alicerces da personalidade. O Espírito Santo renova a pessoa, desde os poderes mais profundos da personalidade até à de menos importância.
A mudança da consciência é tão radical que o homem passa a ter uma nova consciência. Mas, além da consciência a vontade também sofre uma mudança radical. Da mesma maneira que a consciência do homem natural é substituída pôr outra, assim também a sua vontade é substituída pela vontade de Deus.
QUARTO, O homem torna-se moralmente-semelhante a Deus. Pela regeneração, Deus gera, cria de novo, tornando-se pai verdadeiro do homem e este filho verdadeiro de Deus. E assim se estabelece a semelhança moral do homem com Deus, pois é natural que o filho seja semelhante ao Pai. Na queda, o homem perdeu a semelhança moral que tinha com Deus, e não a semelhança natural. Na regeneração, ele experimenta a renovação dos seus poderes morais.
QUINTO, O homem une-se com Cristo Jesus. A relação entre o crente e Cristo é a mais íntima que pode existir em todo o universo. Devido a esta nova semelhança moral com Deus, é possível, ao crente, viver, mover-se e existir em Cristo Jesus 9Jo.15:4,5).
SEXTO, A regeneração é um ato instantâneo, que se dá uma só vez na vida. Ela não é um processo. A preparação para ela pode ser um processo. Ás vezes, muitos anos são necessários a uma pessoa, para crer e ter fé em Jesus, mas logo que isto acontece, o Estpírito Santo opera imediatamente a sua regeneração.
SÉTIMO, O Espírito Santo é quem opera a regeneração, usando para este vim à verdade evangélica como instrumento. A verdade por si só não opera essa obra, é preciso à ação do Espírito Santo através da Palavra para produzir a regeneração.
OITAVO Encontramos, em diversas partes do Novo Testamento, a regeneração ligada ao batismo, mas, em todas elas, podemos ver que a realidade jamais se confundiu com o símbolo. O batismo simboliza, mas não opera a regeneração. O batismo é sinal exterior de transformação realiza pelo Espírito Santo na alma do homem. O batismo é sinal exterior de transformação realiza pelo Espírito Santo na alma do homem. O batismo é o símbolo do começo da salvação. O batismo é feito a nós, enquanto a regeneração é um ato feito em nós (I é. 3:21).

JUSTIFICAÇÃO

Justificação é um ato de Deus, em que ele declara o pecador regenerado, livre da condenação, e restaurado á graça divina (Romanos 3:24-30; 8:1). Desenvolvamos, então estes dois pontos dessa definição.
PRIMEIRO, A justificação como um ato declarativo de Deus. Neste ato Deus declara que não pode mais condenar o homem e o restaura á comunhão com hei. Deus pode justificar o injusto sem praticar injustiça (Rm. 03h25min);
Podemos também considerar a justificação do ponto de vista da lei. AA lei, por natureza, só pode condenar os que estão fora dela, os transgressores dela. Para os que estão dentro da lei e andam de conformidades com ela, é a lei impotente para condenar. Por força, a lei tem que justificar os que andam de conformidade com ela. Assim é Deus: os que estão fora de Cristo estão condenados, porém os que estão em Cristo são os que estão dentro da lei: não podem ser condenados (Rm. 8:1-2).
A justificativa com base em Romanos 3:23-26:
b) Todos necessitam dessa justificação, para poderem apresentar-se diante de Deus. Perante Deus não pode nenhum homem justificar o seu procedimento indigno;
c) Enviou Deus a Jesus Cristo para fazer a propiciarão dos nossos pecados;
d) A obra de Cristo é tão grandiosa que por ela pode Deus, o justíssimo de todos justificarem o injusto sem praticar injustiça;
e) Finalmente, a obra propiciatória de Jesus era necessária par que fosse Deus justo em justificar o pecado injusto (Rm 4:5);
SEGUNDO, A condição essencial da justificação do homem é a fé em Jesus. Sem essa fé em Jesus Cristo, Deus não pode justificar.
O ensinamento mais claro sobre este assunto e, talvez, o que se encontra em Efésios 2:8-10.
Em Romanos 5:1-2, vemos os resultados da justificação:
a) Jesus é à base da Justificação:
b) B) Fé é a condição essencial exigida na justificação;
c) A remissão da pena traz a paz dom Deus;
d) A restauração na graça, pela fé pôr uma nova atitude para com Deus.
e) Deus é um estado permanente. Deus justifica-nos de uma vez para sempre.
Por que somos justificados pela fé e não pelas obras? Perguntam-nos. Segundo as Escrituras, as obras são os resultados da fé em Cristo, são as manifestações que provam a regeneração do homem. Coisa nenhuma pode fazer antes de nascer. Primeiro nascemos. Depois trabalhamos. Pôr isso a justificação não pode ser pelas obras, porque somos justificados na hora em que nascemos de novo.
TERCEIRO, consideremos o valor da justificação. Grandes necessidades haveria na vida cristã, sem possibilidades de satisfazê-las, não fosse à doutrina da justificação. A necessidade mostra-se no fato de que o serviço prestado pelo crente a Deus tem que ser um serviço livre e volutário como o de um filho a m paire. Nenhum constrangimento pode haver neste serviço a não ser o constrangimento do amor.
A outra necessidade desta doutrina impõe-se porque o crente precisa ser livre da condenação e de qual que dúvida com respeito á sua aceitação por parte de Deus.
A justificação pela fé satisfaz a todas essas necessidades, porque liberta o homem da condenação, remove toda a sua dúvida quanto á sua aceitação por Deus, e, ao mesmo tempo, estabelece aquela relação de pai e filho entre o homem e Deus. Onde não há doutrina da justificação, não há também certeza de salvação ou de aceitação diante de Deus. Esta doutrina é uma das verdades fundamentais do cristianismo (Rm. 8:32-39).

UNIÃO COM CRISTO

A pessoa, ao tornar-se crente, une-se uma revelação nova e íntima E VITAL COM Jesus Cristo, a fonte da vida espiritual. Cristo é o centro da religião cristã. O crente, portanto, é quem tem e mantém essa relação íntima com ele.
Existem vários símbolos na bíblia que ilustram a comunhão entre Cristo e o crente.
No Evangelho de João encontramos que Jesus é o “pão da vida” a “água da vida” < a vital do crente com Cristo Jesus.
Ainda segundo o Novo Testamento, o crente é “crucificado com Cristo”, “perseguido com Cristo” e, Cristo “< “sepultado com Cristo”, “receptado com Cristo”, “perseguido com Cristo” e, finalmente “glorificado com Cristo”. Jesus mesmo declarou: “sem mim, nada podeis fazer”.

SANTIFICAÇÃO

Muita acentuada se acha no Velho Testamento a idéia de que a santificação consta de uma relação especial com Deus. As coisas consagradas a Deus eram consideradas santas. A arca do concerto era santa devida á sua relação especial com Deus. O templo era considerado santo, o altar santo; e havia, ainda no tabernáculo e, mais tarde no templo, um lugar especial chamado santo dos santos do santo. Os vasos do templo eram santos. Tudo era santo em virtude da sua relação especial com Deus (Zc. 14:20,21). Este texto ensina que as coisas mencionadas são santas porque são dedicadas e consagradas ao serviço do Senhor.
Com o passar do tempo, houve uma transferência gradual da ênfase das coisas exteriores e simbólicas para as interiores; das coisas materiais para as espirituais. Quando chegamos ao Novo Testamento, a idéia preponderante é a de que a santificação consiste no processo do homem ficar santo, de ser perfeito como o Pai Celestial é perfeito. Vejamos ainda o que mais o Novo Testamento dizem a respeito do assunto.
PRIMEIRO, Nos ensinos de Jesus, a santificação refere-se ao coração da própria pessoa. Para Jesus, a santificação não é tanto uma relação especial com Deus, e mais em a pessoa tornar-se semelhante a Deus.
Nas epístolas dos apóstolos existe o conceito da santificação como uma forma de consagração a Deus como também de tornar-se semelhante a ele (Rm. 12:1; 6:1-12).
O desejo de Paulo para de Paulo para com os tessalonicenses era que fossem irrepreensíveis diante de Deus (I Ts. 3:13). Em Hebraízo, o autor faz referências tanto á idéia de consagração como á de tornar-se semblante a Deus (B. 9:3,4; 12:1)
SEGUNDO, A santificação é um processo pelo qual o crente se torna realmente santo e justo. Também, na santificação, nós operamos a nossa própria salvação pelo poder de Deus (Fp. 2:12; IIPd. 1 :10-11).
Concluímos do exposto, que a salvação não é só uma dádiva, senão também um programa de vida. Recebemos a nossa salvação de Deus, e operamo-la ao mesmo tempo, pelo esforço que fazemos a fim de que se realize em nossa vida a vontade de Deus. A salvação como dádiva chama-se “regeneração”, mas como tarefa, chama-se “santificação”. Não podemos, porém pensar que o homem pode santificar-se a si poderio. É o Espírito Santo quem opera essa obra á medida em que nos submetemos á sua vontade.
O processo de santificação consiste numa luta sem tréguas entre o novo e o velho homem. Essa batalha é por vezes, muito dura. Vemos essa realidade exposta pó Paulo em Romanos, capitulo sete.
Este processo gradual de santificação está de acordo como plano geral de Deus, pois, no crescimento das coisas, notamos que as de mais valor são justamente as que mais tempo gastam para chegar á maturidade. Em consumar uma obra de tão extraordinário valor – perfeição do crente – Deus sempre gasta mais tempo.
Nenhuma razão tem para crer que o processo da santificação termina nesta vida.
Neste mundo o crente jamais alcançará a perfeição. Este processo é mais longo do que a nossa vida aqui na terra.
TERCEIRO, É o Espírito Santo quem opera a santificação, e usa para isso, como instrumento, a Palavra de Deus (Jô. 17h17min).

PRESERVAÇÃO

Na proporção em que Deus antérico o crente, ele o preserva. Preservação é, pois a continuação do crente no caminho da salvação. Notemos o que a Bíblia nos ensina a este respeito.
Duas são as classes das passagens que desejamos estudar: as que ensinam à liberdade do homem e as que ensinam a Grace de Deus.
PRIMEIRO, as passagens que ensinam a respeito da graça e do poder de Deus. Jesus ensina que as suas ovelhas jamais perecerão, e que ninguém as arrebataria das suas mãos (Jô. 10:28.29). Paulo também trata desse assunto (Rm. 8. 30). Paulo ensina que Deus predestinou que todo aquele que crê em Jesus será salvo (Rm. 8:35-39); que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis (Rm 11:29), e ainda outros (Fp. 1:6; IITm. 1:12). Por sua vez, Pedro considera que o crente é guardado pelo poder de Deus (IPd. 1:5).
SEGUNDO, as passagens que tratam da liberdade do homem (Jô. 15:6; Rm. 11:19-21; I Co. 9:27; I Co:1-12).

LIBERTAÇÃO DO PECADO

Enquanto aqui na terra, o crente comete pecado, e até muitos. A vitória completa não se alcança aqui neste mundo. Desde o nascimento até a morte o crente tem que lutar, ora alcançando vitórias, ora sofrendo derrotas, mas o processo da santificação torna-o cada vez mais forte, e o pecado mais fraco. Diante desses fatos, perguntamos: Quando se libertará o crente completamente do pecado? Como já vimos não será nesta vida aquém da morte física. Mas certamente essa experiência gloriosa se realizará na vida do crente, e uma época chegará quando seremos isentos de todo e qualquer pecado.
Perfeição
A Bíblia ensina-nos o aperfeiçoamento do crente. Este processo na escala do bem continua no além – tumulo. Contudo, convém notar que o estado de pureza ou de isenção absoluta do pecado a que o crente logo depois da sua morte não é. Ainda o estado da liberdade do pecado é apenas uma etapa, no além-túmulo, do caminha da salvação. quando chegar a este ponto.o crente estará em condições de caminhar desembaraçadamente para a perfeição (apoc 22;11).seremos perfeitos não somente em caráter.mas também em ações. Cada um de nossos atos será a expressão fiel de um caráter perfeito.
GLORIFICAÇÃO
O ATO FINAL DO PROCESSO DA SALVAÇÃO SERÁ A GLORIFICAÇÃO DO CRENTE POR Deus. Paulo ensinou que a glorificação por ultimo

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